Representantes dos banrisulenses na Mesa de Metas saíram frustados da reunião desta terça-feira (31/10), uma vez que os negociadores do Banrisul não trouxerem respostas às três principais reivindicações apresentadas no encontro passado: o caráter volátil das metas, o atrelamento da pontuação à adimplência do cliente e a pontuação negativa.
Por quase duas horas, os representantes do banco falaram sobre as dificuldades que o Banrisul vem enfrentando por causa da inadimplência e sobre a inviabilidade de manter as metas fixas, devido à dinâmica do mercado. Eles negaram que haja pontuação negativa e não apresentaram a documentação solicitada por ofício pela Fetrafi-RS e pelo SindBancários Poa. “Não houve interesse do banco em reunir as informações e nos passar, para que possamos entender melhor o sistema. Esperávamos uma apresentação do funcionamento e da metodologia das metas, mas o que nos trouxeram foi nada mais do que argumentos que giram em torno da inadimplência”, disse Luciano Fetzner, presidente do SindBancários Poa e Região.
Em relação à inadimplência dos clientes para com o banco, Mauro Salles, diretor de Saúde da Contraf-CUT, contra-argumentou os representantes do Banrisul, dizendo que o que estava em questão era o adoecimento dos(as) funcionários(as) devido ao sistema de metas que vem sendo utilizado. “Até podemos ajudar no debate de soluções para o banco sair do vermelho, mas nesse momento não estamos falando disso. O que nos interessa é a saúde dos bancários e das bancárias”, reafirmou.
Raquel Gil de Oliveira, diretora da Fetrafi-RS, foi contundente ao dizer que “os bancários e as bancárias não podem ser penalizados pela inadimplência dos clientes”. Inclusive há sentenças judiciais favoráveis aos trabalhadores em casos semelhantes. “Não estamos questionando se é ou não legal a prática de repassar o prejuízo para os empregados. Porque já sabemos que o banco não pode fazer isso. Esperávamos que nos dissessem como pretendem lidar com esse problema, mas não souberam nos informar”, lamentou.
Ana Furquim, diretora da Fetrafi-RS, questionou as mudanças nas metas, afirmando que tem visitado agências e que vários relatos atestam essa realidade. “Os colegas estão apavorados, sem entender o que está acontecendo. Queremos saber como a nova gestão vem orientando os gestores para lidar com essa questão da cobrança de metas, porque os bancários estão adoecendo de verdade”, disse.
Ela também cobrou o retorno dos cursos de formação, que aconteciam até a pandemia.
Diante da falta de respostas, os representantes dos(as) trabalhadores(as) irão oficializar algumas questões tratadas na mesa desta terça e seguirão aguardando os dados e a documentação solicitados em meados de outubro. A próxima reunião ficou agendada para o dia 21 de novembro, em formato presencial. O Comando Nacional dos Banrisulenses deve se reunir em breve para definir os próximos passos.